quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O DEFEITO DOS OUTROS

Todos nós conhecemos bem aquele provérbio bíblico que diz: "tu vês o arqueiro no olho do teu vizinho, mas não atentas ao teu próprio." Ou seja, somos especialistas no sentido de observar e apontar os erros de nossos semelhantes, mas não aceitamos e ficamos furiosos quando alguém aponta nossas falhas.
É típico do comportamento humano achar que somente os
outros é que possuem determinado defeito. Na prática podemos comprovar isso facilmente. No comércio, por exemplo, basta observarmos uma vendedora: se ela nos atende mal, quando chega a sua vez para ser atendida, reclama pelo péssimo tratamento recebido.
Assim, o defeito que ela constatou chamando a atenção para essa particularidade, está fortemente enraizado nela própria pela conduta pouco simpática que tem perante a clientela pela qual deveria ter o bom senso da urbanidade de tratar com educação.
Há pessoas que passam a vida observando e criticando os hábitos alheios, sem perceberem que às vezes os erros apontados nas demais pessoas afloram em si próprias. E mesmo quando não acham defeitos, seja porque houve comportamento diverso, ainda assim procuram alguma dependência negativa que lhes possam dar margens a comentários irônicos.
Se nossas críticas em relação aos defeitos dos outros se mantivessem somente no âmbito de uma breve observação ao fato em si, seria até aceitável. O problema é que elas se estendem para além do comportamento inadequado da pessoa que errou, procurando outras falhas como a do caráter e tornando a vida social da pessoa pior do que é.
Não há nada mais desagradável do que fazer um julgamento equivocado em uma pessoa, seja de seu caráter ou de sua personalidade. Na verdade, mesmo quando observamos uma conduta errada em uma pessoa, não devemos apontá-la criticando.
Porque criticar, qualquer pessoa mesmo apresentando inteligência mediana pode fazer. Mas procurar saber as causas de certo tipo de conduta e/ou estudar o nosso íntimo para descobrir porque determinadas grosserias nos deixam irritados ou também grosseiros a ponto de pagarmos na mesma moeda.
Nossa história mostra o quanto podemos ser cegos em relação a nós mesmos, principalmente quando não percebemos que o defeito do outro pode ser o nosso: "Olhou do seu vitrô, apontou para o quintal da vizinha e disse ao marido: - Há dias venho observando como é encardida a roupa da vizinha.
Eu teria vergonha de pendurar no varal uma roupa tão mal lavada. Isso é relaxamento, um desleixo... Na verdade, acho que é preguiça. O tempo passava... e, cada vez que ela voltava a observar, as roupas tinham um aspecto pior.
Certo dia, uma surpresa! Ao reparar nas roupas da vizinha, ficou abismada. Estavam brancas, limpinhas, as cores vivas. - Criou vergonha - disse ela. - Perdeu a preguiça e esfregou mais, ou então trocou a marca do sabão.
- Nada disso - replicou o marido. - Fui eu que lavei. - Lavou a roupa da vizinha? - Não, mulher, lavei o vidro da janela. Era ele que estava encardido. Moral da história: geralmente o defeito que notamos no outro está em nós mesmos. Projetamos fora o que está dentro de nós."

Richard Zajaczkowski, bacharel em Direito, Oficial de Justiça Avaliador e acadêmico de Jornalismo e membro do Centro de Letras de Francisco Beltrão

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